Ronaldo ou Zidane no Corinthians

Francisco Monteiro. 65 anos. Sua vida é uma mistura de conto de fadas, filme de suspense com novela policial. Foi ele o empresário que levou Ronaldo ao Corinthians.

Sua primeira idéia era acabar com a aposentadoria de Zidane e levá-lo ao Parque São Jorge. Ele caiu em desgraça com a mídia desde que entregou para televisões e rádios cópias de uma fita cassete. Nela, o ex-presidente do São Paulo, José Eduardo Mesquita Pimenta, aparentemente cobrava uma quantia de dinheiro pela venda do ponta Mário Tilico ao Atletico de Madrid. Em 1992.

“A maior prova que o desonesto não era eu veio do próprio São Paulo. O clube me procurou cinco anos depois para vender o Denílson em uma transação de US$ 30 milhões. Eu fiz o que tinha de fazer com o Pimenta e não me arrependo”, afirma Todé.

Fez da Espanha seu paraíso particular.Vendeu jogadores como Rivaldo, Djalminha, Luizão, Viola, Mazinho, Flávio Conceição, Mauro Silva, Antônio Carlos, Cafu. Levou Palmeiras, São Paulo e Corinthians para torneios importantes e tradicionais como o Ramon de Carranza e Tereza Herrera. Fez, e se arrepende, de Carlos Alberto e Jair Pereira treinadores de clubes espanhóis.

Nos último anos tem trabalhado com showbol. Ele até trouxe Maradona ao País para enfrentar a Seleção Brasileira.

"Não sei porque as pessoas fazem de conta que o Todé não existe. Foi ele quem convenceu o Ronaldo a ir para o Corinthians. Foi ele quem falou com o Andres. O Todé fez tudo, tem todos os méritos”, admite o médico Joaquim Grava.

Como foi que você levou o Ronaldo para o Corinthians?
A história é simples. Eu encontrei o Ronaldo há um ano e meio na Itália. Perguntei se ele estava disposto a jogar showbol. Ele me respondeu que ainda iria jogar uns dois ou três anos. E queria atuar no Brasil. Fiquei com aquilo na cabeça. Depois alguns amigos me apresentaram o Zidane e falaram que ele não parava de fazer partidas beneficentes.

O que o Zidane tem a ver com o Corinthians?
Tudo, meu filho. Tudo. Calma, vou explicar. Em dezembro do ano passado, o Joaquim Grava me disse que o Andres Sanches queria contratar de qualquer maneira um jogador de impacto. Atleta para fazer marketing, atrair a atenção mundial. Eu pensei no Zidane. Já pensou? Ia ligar para os meus amigos, quando lembrei do Ronaldo e falei para o Grava. Ele ficou empolgado e ligou para o Andres. Eu peguei o telefone e perguntei: ‘Te interessa o Ronaldo no Corinthians?’. O Andres ficou louco e respondeu do jeito espanhol dele “Claro, porra. Traz ele para mim.”

E o que você fez?
Não sou bobo. Telefonei para o Djalminha que é ‘irmão’ do Ronaldo. E fomos juntos conversar com ele no Rio. Fui direto. Falei para esquecer essa história do Flamengo porque se o clube o quisesse de verdade já teria feito proposta. E perguntei se ele queria jogar no Corinthians em São Paulo. Ele tomou um susto danado. Pensou 30 segundos e disse: “Corinthians? Claro, quero. Me vê isso aí”. Chamei o Andres para o Rio. O encontro foi engraçado.

Como assim?
O Andres foi direto: “Ronaldo, quero você no Corinthians. Mas não tenho dinheiro”. O Ronaldo respondeu na lata. “Quem está falando de dinheiro aqui é você. Se fosse por dinheiro eu iria para o Catar. Eu quero ter o prazer de jogar de novo. Sentir que uma torcida está comigo. Vamos fazer o seguinte: me dá as mangas da camisa e o calção. E mais um salário que depois a gente combina. Usa a minha imagem. E está fechado”. Os dois deram as mãos e estava fechado a maior contratação da história do Corinthians.

E a história que o patrocínio vai ser árabe?
Pelo que eu sei tem muita chance. Isso porque já acertei alguns jogos do Corinthians em Dubai. E também fechei um contrato para o Ronaldo dar um nome a um edifício gigantesco por lá. Acertei também para o Pelé e para o Guga. Os caras são loucos por batizar prédios. O Beckham acaba de ganhar uma nota preta para deixar colocarem o nome dele em quatro edifícios. Ah, e times japoneses também querem amistosos com o Corinthians de Ronaldo.

Gente importante do Corinthians disse que você ainda não ganhou dinheiro por ter levado o Ronaldo ao Parque São Jorge.
Deixa falar. Eu confio no Andres. Ele e o Ronaldo sabem o que fiz para essa negociação dar certo. Vou receber o meu.

Por falar em confiança, o que você fez com o ex-presidente do São Paulo, José Eduardo José Mesquita Pimenta, foi um ato de traição, não?
(irritado) Traição? Eu? Ele quis ganhar dinheiro às custas da venda do Mário Tilico e sou eu quem traí? Pelo menos você me pergunta na cara e não pelas costas como muita gente faz até hoje. Fiz o que eu tinha de fazer. Não me arrependo. Dei a fita para várias emissoras de rádio e televisão. Fiz para mostrar quem era ele.

Mas você ficou com fama de empresário picareta, maldito...
(mais irritado ainda) Isso para quem é imbecil. Cinco anos depois do que aconteceu com o Pimenta, o São Paulo me chama para vender o Denílson. Sou maldito? Sou picareta? Para quem interessa, para a direção do São Paulo que era outra, não. Minha consciência está tranqüila.

A história da venda do Denílson é hilária...
É verdade. O Denílson estava no auge em 1997. O Real Madrid, o Barcelona, o Atlético de Madrid, a Lazio e o Bétis queriam levá-lo. Estava uma disputa enorme na imprensa. O São Paulo precisava de dinheiro e sonhava com US$ 7 milhões. Eu e o meu falecido parceiro Fernando Torcal fomos visitar os clubes. Quando chegamos na diretoria do Bétis, a imprensa estava falando em números astronômicos. Ao tentar fazer a proposta, o presidente e banqueiro Manuel Luiz Lopera, nos interrompeu. Íamos pedir US$ 9 milhões. Ele foi logo falando: “Olha, o máximo que podemos pagar é US$ 28 milhões, em três vezes. E nem um dólar a mais”. Olhei para o Torcal. Nos seguramos para não tremer. Falamos que daríamos a resposta no dia seguinte.

E aí?
Quase morremos do coração quando chegamos no hotel. O Torcal me xingando por não ter aceito na hora. Ficamos a noite inteira andando no quarto de hotel sem dormir. Quando amanheceu fechamos o negócio e comemoramos. Se nós fôssemos picaretas pegaríamos os US$ 8 milhões e daríamos ao São Paulo e racharíamos o resto com o Lopera. Como muito empresário já fez. Eu, não. Nunca precisei roubar ninguém.

Qual o pior negócio que você fez?
Empurrar o Carlos Alberto Silva e o Jair Pereira para trabalhar em clubes espanhóis. Os dois foram mal demais. Assim como o Vanderlei Luxemburgo que foi trabalhar no Real Madrid. Não sabia falar espanhol direito. Os jogadores tiravam sarro dele pelas costas nos vestiários. Treinador para trabalhar na Espanha tem de, no mínimo, falar bem demais espanhol para não dar vexame.

E o showbol?
Está dando certo demais. Se fosse picareta jogadores como Ricardo Rocha, Djalminha e muitos outros que atuaram na Seleção não estariam comigo. Eu tenho contrato com rede de tevê a cabo por quatro anos. Trouxe a Seleção Argentina com o Maradona. Agora vou trazer a França com o Zidane para jogar no Ibirapuera e no Maracanãzinho. Meus jogadores sabem que mal acaba a partida eu chego em cada um com um envelopinho com o dinheiro. Eu não sou maldito. Malditos são os outro. Não o Todé. Taí o Ronaldo no Corinthians que não me deixa mentir.

Fonte: Blog do Cosme Rímoli

4 comentários:

Meninas de Pantufa disse...
19 de fevereiro de 2009 às 19:07

Nossa sem palavras... o que o Fenômeno fez.... é pela raça... no fundo o coração dele bate corínthians......ele é um louco.... o louco por ti corínthians.....

vim visitar o seu blog e adorei... parabéns...

Meninas de Pantufa disse...
16 de abril de 2009 às 23:29
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...
3 de setembro de 2009 às 19:45

ronaldo o melhor jogador de todos!!!
ate mesmo na hora da volta dele ele nao pensou em dinheiro!!!

Anônimo disse...
19 de novembro de 2009 às 16:39

ronaldo é um FENOMENO tao grande que
os outros jogadores tremem quando jogam contra
ele!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ronaldo é do corinthians e de mais ninguem...
é nois fenomeno
timao e o
timao e o....

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